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Chargeback. O que é, e como se livrar deles.

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Publicado em 19 de dezembro de 2023

Chargebacks são temidos por lojistas e empreendedores online em todo o mundo. Afinal, o chargeback é como um reembolso que pode ocorrer em transações com cartão de crédito ou débito.

Não é preciso ter um e-commerce há muitos anos para descobrir o que é um chargeback. Você logo terá algum. 🫢

O que é chargeback?

Como o nome sugere, trata-se de uma reversão em um pagamento realizado à favor do cliente. Ela geralmente ocorre quando uma cobrança é contestada pelo titular do cartão.

O consumidor pode contestar a compra junto ao emissor do cartão, junto ao banco, ou mesmo junto a empresa que processou o pagamento (ex: PayPal, PagBank, etc).

Quando ocorre?

Existem diversas situações que podem gerar um chargback. Mas na maior parte das vezes ele ocorre quando o cliente não reconhece alguma cobrança em sua fatura.

Problemas para o lojista

Chargebacks por si só já são um grande problema para os lojistas. Especialmente nos casos em que uma mercadoria já foi enviada ou o serviço foi prestado.

Alguns segmentos como joias, games, ingressos, créditos de aplicativos, peças automotivas, e outros, são comumente alvos de cartões roubados e, consequentemente ficam mais expostos à contestações e chargebacks.

Quando uma loja começa a ter muitos chargebacks, isso chama atenção dos adquirentes ou mesmo das bandeiras, levando a um baixo índice de aprovação de pedidos. Em casos mais graves, levando a multas e até mesmo ser impedido de aceitar determinadas bandeiras.

Chargeback fraudulento

É fácil reclamar. Tão fácil, que o número de clientes reais agindo de má fé tem aumentado.

Hoje em dia é possível contestar uma compra diretamente no aplicativo do cartão de crédito ou do banco com pouquíssimos cliques.

Ou seja, é fácil dizer que não reconhecemos uma compra.

No primeiro semestre de 2023, o país registrou dois milhões de tentativas de fraude. Em valores, o total chega a somar R$ 2,5 bilhões. O estudo analisou 117,1 milhões de pedidos, e o ticket médio das tentativas de fraudes foi de R$ 1.273, crescimento de 4,1% em relação ao primeiro semestre de 2022.
– Mapa da Fraude / E-commerce Brasil

Eu mesmo já contestei uma compra acidentalmente e tive o valor estornado em poucos dias. Só um mês depois, em posse do novo cartão, é que me dei conta que um serviço havia sido suspenso por conta da minha contestação, e então pude cancelar o pedido de chargeback e pedir desculpas pela confusão.

No caso de produtos físicos, nem todo consumidor é legal e honesto.

Caso real

Recentemente atendi uma lojista que usa uma de minhas integrações PagBank. Ela havia enviado o produto para um cliente e mesmo assim sofreu um chargeback. Ela tinha:

  • Nota fiscal assinada pelo cliente
  • Comprovante de envio e recebimento da mercadoria
  • Foto do cliente com RG
  • Foto do cliente com o cartão
  • Foto de uma declaração assinada pelo cliente reconhecendo a compra
  • etc

Mas a única coisa que ela não conseguiu, foi fazer com que o cliente ligasse para o banco, cancelasse o pedido de chargeback e lhe passasse o número do protocolo de cancelamento.

Com isso, sua única alternativa era seguir a disputa junto à operadora do cartão de crédito, ou diretamente na justiça legal, contra o intermediador de pagamento e o cliente.

Dias depois constatamos que o cliente era de fato um fraudador, e ainda tentou realizar novas compras na mesma loja.

Zero chargeback. É possível? O que tem de novo por aí?

Quando falamos de chargebacks fraudulentos, ou do não reconhecimento da compra, a utilização de autenticação 3D Secure pode ser a solução.

Com esta tecnologia, o consumidor precisará confirmar a compra junto ao banco antes de fechar o pedido em sua loja.

Tudo ocorre de forma automática e rápida, direto entre ele e o emissor do cartão (ou banco).

Tipicamente, quando suportado pelo meio de pagamento e pela integração da loja, o cliente precisa confirmar que está realizando aquela compra no aplicativo do banco/cartão. Em alguns casos (ex: XP Cartões), até mesmo com reconhecimento facial.

Quando uma transação é autenticada com 3D Secure, o banco emissor assume a responsabilidade por chargebacks fraudulentos (Liability shift). Isto porque dezenas de variáveis são analisadas para gerar uma autenticação, e na maior parte dos casos há interação do titular.

Veja como funciona:

Lembre-se que o 3D Secure não impedirá o cliente de abrir uma contestação por outros motivos como não entrega ou algum outro motivo coberto pelas leis do consumidor vigente.

Mas certamente é um divisor de águas para o aumento na aprovação de vendas com cartões e redução de fraude.

Não tenho um meio de pagamento moderno. O que fazer?

3 Passos para reduzir contestações e chargebacks

1. Identifique sua loja

A primeira coisa a fazer é garantir que sua loja ou serviço é devidamente identificado na fatura do cliente. Se você é dono da “Pet Shop Au-au”, certamente clientes terão dificuldades em identificar compras realizadas em nome de “Silva e Souza ME”.

O nome que aparece na fatura do cliente geralmente pode ser configurado no meio de pagamento que você está usando ou mesmo em seu módulo ou plugin de pagamento.

Identificando o nome da loja na fatura, e evitando chargeback com Plugin PagBank

2. Contrate um antifraude

Você também pode contratar um serviço antifraude. Estes serviços analisam os dados da compra de diferentes formas e lhe apontam se a compra tende a ser fraudulenta ou não.

3. Faça você mesmo

Você pode conferir as compras manualmente. Veja se o nome do titular do cartão é o mesmo que está recebendo a mercadoria.

Adicionalmente, ligue para o cliente e peça verificações adicionais como documento de identidade, ou mesmo selfie com o cartão.

Links e referências

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